O processo de autoavaliação do PPGCAL tem como elemento norteador a aprendizagem organizacional visando a melhoria contínua da formação dos nossos discentes e da produção intelectual relacionada. O nosso processo foi construído tendo como base o relatório do grupo de trabalho “Autoavaliação de Programas de Pós-Graduação” da CAPES, publicado em 2019. Esse relatório sugere que a autoavaliação seja realizada seguindo as seguintes etapas: (1) Políticas e Preparação; (2) Implementação; (3) Divulgação dos resultados; (4) Uso dos resultados; (5) Meta-avaliação.
A elaboração do Planejamento Estratégico levou à definição das políticas acadêmicas do PPGCAL e, consequentemente, deu subsídios para a preparação do processo de autoavaliação. Terminada essa primeira etapa, procedeu-se a implementação, que ocorreu por meio do envio, em janeiro de 2021, de dois formulários eletrônicos, um para os discentes e outro para os egressos. No formulário enviado aos discentes, havia cinco seções: 1) dados pessoais e informações básicas; 2) percepção dos discentes acerca do curso; 3) relação dos discentes com o curso; 4) produção científica; 5) planos para o futuro. No formulário enviado aos egressos, havia cinco seções: 1) dados pessoais e informações básicas; 2) situação atual de trabalho; 3) percepção sobre o PPGCAL; 4) impactos do curso; 5) planos para o futuro. Do universo de 74 discentes matriculados em janeiro de 2021, 73% (54 discentes) responderam à pesquisa. Do universo de 163 egressos entre 2012 e 2020, 33% (54 egressos) responderam à pesquisa. O maior compromisso e envolvimento dos discentes com o PPGCAL pode explicar a sua maior adesão à pesquisa em relação aos egressos. De qualquer maneira, os dados obtidos podem ser considerados um bom reflexo da opinião desses dois grupos a respeito do PPGCAL. Os resultados obtidos nessas duas pesquisas são encontrados nos links abaixo:
Autoavaliação Discentes PPGCAL
Autoavaliação Egressos PPGCAL
A partir da análise dos dados da pesquisa com os discentes, podemos identificar pontos fortes e fracos do PPGCAL na opinião desse grupo. Considerando como pontos fortes as perguntas que tiveram mais de 80% de respostas favoráveis, podemos destacar os seguintes itens:
- Nível de desenvolvimento de aprendizagens e competências para a pesquisa;
- Incentivo à produção de artigos científicos para publicação;
- Acesso à biblioteca ou às bases de dados necessárias;
- A competência técnica dos docentes (habilidade em desenvolver as aulas e demonstrar o domínio dos conteúdos da disciplina);
- O compromisso dos docentes (atenção aos discentes e disposição para cumprir o planejamento apresentado no início do semestre);
- Desempenho da coordenação na gestão acadêmica.
Considerando como pontos fracos as perguntas que tiveram menos de 60% de respostas favoráveis, podemos destacar os seguintes itens:
- Nível de desenvolvimento de aprendizagens e competências para o ensino;
- As condições dos laboratórios de pesquisa (espaços, equipamentos, materiais necessários);
- A secretaria (pessoal e instalações).
A partir da análise dos dados da pesquisa com os egressos, podemos identificar pontos fortes e fracos do PPGCAL na opinião desse grupo. Considerando como pontos fortes as perguntas que tiveram mais de 80% de respostas favoráveis, podemos destacar os seguintes itens:
- Infraestrutura para ensino usadas no curso (salas de aula, biblioteca, serviços de videoconferência, laboratórios, etc.);
- Suporte oferecido pelo(s) orientador(es) para o desenvolvimento do trabalho final;
- Perfil (formação e experiência) do corpo docente para a manutenção e a qualidade das atividades do curso;
- Dedicação do corpo docente para a manutenção e a qualidade das atividades do curso;
- O curso contribuiu para o crescimento profissional;
- O curso ampliou a capacitação para atuar profissionalmente na área.
Considerando como pontos fracos as perguntas que tiveram menos de 60% de respostas favoráveis, podemos destacar os seguintes itens:
- Oportunidades de intercâmbios e trocas com outros cursos e grupos de pesquisa no exterior;
- O curso capacitou para exercer a docência no ensino superior na área;
- O curso ampliou a capacitação para conceber e desenvolver projetos de extensão e serviços para segmentos da sociedade.
É interessante notar que diversos pontos fortes e fracos do PPGCAL apontados por essas pesquisas também foram identificados ao longo da construção da matriz SWOT do Planejamento Estratégico, indicando que há um bom alinhamento entre as percepções dos corpos docente e discente. A comparação das pesquisas com os discentes e egressos também permite entender, ao menos parcialmente, a evolução que o PPGCAL sofreu ao longo dos anos, principalmente nesse último quadriênio. Por um lado, os discentes atuais não entendem mais como uma fraqueza a falta de oportunidades de intercâmbios no exterior apontada pelos egressos, sugerindo que o PPGCAL evoluiu positivamente nesse quesito, o que pode ser corroborado pelo número crescente de discentes que realizaram estágio de doutorado-sanduíche. Por outro lado, ambas as pesquisas apontam a necessidade do PPGCAL melhorar a capacitação dos discentes para o ensino.
A partir da discussão dos resultados da autoavaliação com a nossa comunidade e, em conjunto com a execução das ações estratégicas definidas no nosso planejamento estratégico, será possível melhorar a formação dos nossos discentes. Cabe destacar que o processo de autoavaliação deve ser contínuo e, portanto, novas rodadas de pesquisa serão realizadas periodicamente. Dessa maneira, será possível avaliar a evolução da percepção dos nossos discentes e egressos em relação ao PPGCAL, alinhando o curso com as demandas atuais da área, quer seja para atuar na docência e pesquisa, quer seja para atuar no setor produtivo.
Cabe destacar aqui que anteriormente à implementação de um processo formal de autoavaliação, o PPGCAL sempre realizou atividades para ouvir a sua comunidade, como fóruns periódicos com docentes e discentes. Além disso, em 2018 foi realizada, por meio de um formulário eletrônico, uma pesquisa entre o corpo discente relacionada a questões de saúde mental, um problema cada vez mais frequente no ambiente universitário e no mundo em geral. A realização da pesquisa foi liderada pelos representantes discentes do PPGCAL, com apoio e suporte da comissão deliberativa e coordenação do Programa. Os resultados obtidos apontaram que um grande percentual dos discentes já havia sido diagnosticada com episódios de estresse (43%), ansiedade (39%) e depressão (30%), sendo que, desses últimos, aproximadamente metade associava o curso de pós-graduação com o diagnóstico clínico. Os dados foram apresentados ao corpo docente e discente e a coordenação reiterou sua disponibilidade para o diálogo e para a mediação de eventuais conflitos entre discentes e seus orientadores, aspecto apontado por cerca de 20% daqueles que relataram os episódios de estresse, ansiedade ou depressão. Vale destacar que na pesquisa de autoavaliação, realizada recentemente entre os discentes, 61% relataram sentir-se à vontade para iniciar uma conversação com a coordenação do PPGCAL. Nesse sentido, acreditamos que o trabalho realizado pela coordenação vem contribuindo para minimizar o surgimento desses casos e acolher aqueles que precisam de ajuda.